Salvador Arena

Em 1920, chega ao Brasil o menino Salvador Arena, com 5 anos. A família instala-se em São Paulo e seu pai, Sr. Nicola, monta uma oficina mecânica onde passa a processar sucata de metais. Por essa razão, Salvador Arena passou boa parte de sua infância rodeado por peças e máquinas.

Arena formou-se engenheiro civil aos 21 anos, pela Escola Politécnica da USP, e seu primeiro emprego formal foi na Light, onde trabalhou na implantação do sistema hidrelétrico de Cubatão, um modelo planejado por Billings. Naquele tempo, as máquinas eram todas importadas. Quando quebrava uma peça, não havia outro jeito senão fabricar outra. Por um longo período, Salvador Arena atuou como aquele que desenhava as peças, projetava seus detalhes e mandava fundi-las. O resultado, muitas vezes, era melhor que o original.

Em 1942, com toda sua genialidade e apenas 200 dólares que recebera de indenização da Light, fundou a Termomecanica. Naquela época, a empresa estava voltada para a produção de fornos e equipamentos para padaria. Mais tarde, começou a fabricar fornos de revenimento, ventiladores, trefilas, fornos de fundição, prensas, etc.

Empreendedor arrojado, criou um modelo de gestão próprio, inovador e avançado para a década de 60, que prezava, acima de tudo, seu “valioso capital humano”. Conhecia os funcionários pelo nome e sobrenome, bem como seus familiares, para os quais estendeu benefícios, como cestas básicas com até 60 quilos de alimentos, atendimento médico e odontológico.

O sucesso de sua empresa e a prosperidade nos negócios não eram os únicos focos de atenção de Salvador Arena. Dono de uma personalidade crítica, ele encontrava disposição para empreender ações humanitárias, fazendo contribuições generosas para entidades beneficentes, filantrópicas e investir em projetos sociais por ele idealizados.

O maior sonho de Salvador Arena sempre foi criar uma escola modelo. A vontade era tanta que, no início da década de 60, chegou a montar salas de aula dentro da fábrica. Comprou 150 cadeiras e mesas, que foram colocadas num pavilhão pertencente à fábrica. Contratou os melhores professores de Português, Matemática e Ciências da Fundação Getúlio Vargas e do Mackenzie. Os funcionários encerravam o expediente às cinco da tarde e logo em seguida iniciavam suas aulas. Alguns anos depois, essa escola sairia dos muros da sua fábrica e passaria a atender a comunidade de São Bernardo do Campo e das cidades vizinhas no Colégio Termomecanica.

Nosso saudoso patrono previu que o tempo seria curto para tantos planos. Pensando nisso, criou a Fundação Salvador Arena, formalmente constituída em 1964, para funcionar como uma espécie de braço social e concentrar esforços para ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade social.

No testamento, lavrado em 1991, instituiu a Fundação como herdeira universal de todo o seu patrimônio. Deixou prescrições expressas nos estatutos de que a Fundação deveria “cooperar e envidar os esforços possíveis para a solução dos problemas de educação e assistência e proteção aos necessitados, sem distinção de nacionalidade, raça, sexo, cor, religião ou opiniões políticas em caráter geral”. Dessa forma, Salvador Arena passou a promover institucionalmente as ações sociais beneméritas que já praticava de forma pessoal. Nesse sentido, suas principais realizações e legados compreendem as seguintes áreas: Educação, Saúde, Assistência Social e Habitação Popular.

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